ginseng


1. INTRODUÇÃO

Esta espécie é uma das mais antigas em uso popular, referidas desde a ancestralidade na fitoterapia chinesa. Essa marcante presença despertou o interesse da ciência e o ginseng caracteriza-se como uma das espécies mais estudadas em todo o mundo, constituindo-se num claro exemplo de fitoterápico com reconhecimento experimental e científico. Corresponde às raízes da espécie Panax ginseng C.A. Meyer e de outras da
família Araliaceae (ROBBERS et al., 1996).
2. NOME POPULAR

É comumente chamada de ginseng, mas também de nomes similares derivados dos idiomas orientais, tais como schinsent, ninjin e jintsam (BRITISH, 1987).
3. SISTEMÁTICA BOTÂNICA

Trata-se de Panax ginseng C.A. Meyer, havendo sinonímias científicas, tais
como Panax schinseng Nees (BRITISH, 1987). Outros nomes científicos podem
corresponder às outras drogas também chamadas de ginseng, tais como Panax
quinquefolius
L. (ginseng americano), Panax japonicum (ginseng japonês), além de
Panax pseudoginseng e também Panax trifolium (CHINNA, 1983).
Todos pertencem à família botânica Araliaceae, angiosperma da ordem Umbelliflorae que compreende 70 gêneros de plantas herbáceas, lenhosas ou arbustivas,
das quais a mais conhecida entre nós é a espécie Hedera helix, a vulgar hera usada como
planta trepadeira ornamental (JOLY, 1985).
4. DESCRIÇÃO BOTÂNICA

É um arbusto resistente, de 30-70 cm de altura, folhas palmatiformes, na maioria das vezes em número de 5 em caules redondos e desprovidos de pêlos, contendo verticilos. As folhas pequenas possuem pecíolos largos de forma lanceolada, dispostos em número de 2-4 verticilos nas extremidades. O pedúnculo compõe-se de umbelas de cor branco-esverdeado, contendo 15-30 flores. Os frutos de cor vermelho-claro possuem diâmetro da ordem de 1 cm, contendo de 1-2 sementes brancas. A raiz principal e o grande número de raízes secundárias alcançam 20-30 cm de profundidade. A raiz branco amarronzada completamente desenvolvida mede de 8-20 cm. O diâmetro da raiz principal é de 20 mm e o das raízes secundárias de 5-10 mm. (CHINNA, 1983).
5. CARACTERIZAÇÃO FARMACOGNÓSTICA DA DROGA

5.1- Descrição macroscópica
A droga ginseng corresponde a pedaços fusiformes ou cilíndricos de 6-10 cm de comprimento e 0,5-2 cm de largura. Externamente tem cor marron-amarelado claro; forma anular na parte superior, terminando no topo por uma ou mais cicatrizes das partes aéreas. Porção inferior longitudinalmente sulcada e marcada por um número de cicatrizes radiciais. Apresenta fratura curta, face interna de cor amarelo-marrom claro, marcada por uma linha marrom distinta correspondente ao câmbio; lenho radiado, canais de secreção de óleo no córtex. Tem odor levemente aromático, e sabor inicialmente doce e depois levemente amargo (BRITISH, 1987). 5.2- Descrição microscópica
Pó de cor amarelo-marron claro, consistindo de células parenquimatosas ovais com grãos de amido de 0,5-1 um de diâmetro e raras drusas de oxalato de cálcio; presença de células retangulares dos raios medulares e canais resinosos marron- amarelados; presença de vasos espirais e reticulados curtamente lignificados e de fragmentos de células poligonais do súber (BRITISH, 1987). Vale lembrar que a observação microscópica não permite a distinção segura entre o ginseng coreano e o ginseng americano, devendo-se utilizar técnicas complementares. 5.3- Tratamento prévio da droga
As raízes limpas e secas ao sol possuem coloração branco amarelada e seu corte apresenta-se praticamente branco (ginseng branco). É utilizado um processo de esterilização através do vapor (120-130 graus Celsius) por duas a três horas, para destruição de microorganismos, obtendo-se dessa forma também o processo de desnaturação protéica de enzimas que podem alterar a droga (estabilização), originando-se uma droga de cor vermelho-amarronzado, também chamada de ginseng vermelho (CHINNA, 1983). 5.3- Características físico-químicas
A perda por dessecação não deve ser superior a 10%, usando-se 2-3 g e submetendo a droga a 100-105º Celsius; deve apresentar um percentual de matéria orgânica estranha não superior a 2%, um total de cinzas de valor não superior a 8%, e
cinzas insolúveis em ácido não superior a 2%; deve apresentar, ainda, não mais que 20%
de resíduos extraíveis por etanol 70% (BRITISH, 1996).
6. COMPOSIÇÃO QUÍMICA

O ginseng contém uma mescla de saponinas triterpenóides. Esses heterosídeos se classificam em tres séries: panaxósidos, ginsenósidos e chikusetsusaponinas. As propriedades biológicas da droga devem-se a uma ou mais das saponinas dessas séries (TYLER et al., 1979). Outra forma de denominar-se os constituintes do ginseng é relatado por OWEN (1981). Segundo esse autor, os constituintes da raiz de ginseng contém glicosídeos triterpenóides do tipo damarane (ginsenosídeos), dos quais 15 foram identificados. Esses triterpenos tipo damarane são divididos nos subtipos protopanaxadiol e protopanaxatriol. Além desses, tem sido identificados também compostos esteroidais tais como sitosterol, stigmasterol e campesterol. Um sesquiterpeno denominado panaceno e compostos tipo poliacetilênicos igualmente tem sido verificados no ginseng, tais como elemeno e panaxinol. Outras substâncias isoladas incluem amilase, fenolase, gorduras, ácidos orgânicos incluindo ácido cítrico e ascórbico, vitaminas do complexo B, ácido fólico, frutose, glicose, maltose, fibras, proteínas, nitrogênio, flavonóides, colina, maltol, aminoácidos, peptídeos, manganês, ferro, zinco, cobre, cobalto, vanádio, germanio e mais de 13% de umidade. Segundo DELLA LOGGIA (1993), o ginseng deve apresentar 2-3% de ginsenosídeos e cerca de 0,5% de óleos essenciais (limoneno, terpineol, citral, poliacetileno). Segundo WIJESEKERA (1991), o processo de produção do ginseng vermelho (aquecimento para estabilização) é citado como gerador de modificações químicas, originando alguns ginsenosídeos não presentes no ginseng branco, provavelmente por efeito da temperatura. Visando conhecer-se possíveis variações no conteúdo das saponinas, as raízes do ginseng têm sido estudadas ao longo de determinados períodos. Assim, encontrou-se que o maior desenvolvimento da planta ocorre entre o 4-5 º ano de cultivo e durante esse período a planta duplica em peso. Verificou-se também que o incremento entre o 5-6º ano não é marcante, podendo-se concluir que o melhor período de coleta do ginseng cultivado corresponde ao final do verão do 5º ano de vida da planta (SOLDATI & TANAKA, 1984). Por outro lado, verificou-se que apesar do peso total do ginseng coletado no inverno ser o dobro do coletado no verão, isso ocorre por um acúmulo de sucrose nas
raízes. Já as saponinas do tipo damarane têm sua concentração aumentada no verão,
confirmando ser esse o melhor período de coleta das raízes (KIM et al., 1981).
7. TESTES DE CONTROLE DE QUALIDADE DO GINSENG
São citados alguns métodos gerais de identificação (BRITISH, 1996; DELLA a) A 100 mg de ginseng em pó adicionar 0,1 ml de ácido sulfúrico concentrado, uma coloração vermelha é produzida após 1-2 minutos. b) Especificações para cromatografia em camada delgada - colocar 500 mg de ginseng em pó com 10 ml de metanol 60% em um banho-maria (frio) por 10-15 minutos e filtre; utilizar 20 microlitros para aplicação na placa cromatográfica. - usar como padrão escina a 0,05% em metanol. - utilizar o sistema eluente com acetato de etila-butanol-água (25:100:50), - revelar a placa com anisaldeído seguida de aquecimento por 2-3 minutos Há diversos métodos descritos para determinar-se a qualidade do ginseng. Citam- se particularmente os métodos de cromatografia em camada delgada (conforme relatado acima), de cromatografia líquida de alta eficiência (SOLDATI & STICHER, 1980; SAMUKAWA et al., 1995; SCHULTEN & SOLDATI, 1981), por métodos mais sofisticados como espectrometria de massa (STICHER et al., 1978) ou por métodos acessíveis como os envolvendo colorimetria por reação com valinina e ácido sulfúrico e leitura em 542 nm (HIAI et al., 1975; HIAI et al., 1976). GUÉDON e colaboradores (1989) compararam métodos oficiais de análise do ginseng, inscritos nas farmacopéias francesa e helvética, colocando como melhores os envolvendo HPLC, que no entanto carecem de uma hidrólise prévia de malonilginsenosídeos. Vários autores têm levantado o problema de qualidade envolvendo as preparações galênicas de ginseng, que tem levado a variações enormes (ROBBERS et al., 1996). Isso
evidencia mais ainda a necessidade da análises respectivas. Avaliações de mercado nesse
sentido já foram realizadas, encontrando-se enormes variações (LIBERTI &
MARDEROSIAN, 1978; CUI, 1995). Esses autores, em paralelo aos resultados
encontrados, sugerem também outras técnicas de análise aplicáveis a rotinas laboratoriais
e industriais, quais sejam, a espectrodensitometria de cromatografias em camada delgada,
cromatografia gasosa e CG-espectrometria de massa.
8. ESTUDOS DE TOXICOLOGIA

8.1- Toxicologia pré-clínica
Estudos realizados com ratos mostraram boa resistência a doses de 1 a 5 g/kg via oral de extrato seco estandardizado de ginseng. Após 72 horas da administração, não se verificou nenhum caso de morte, concluindo-se que a provável DL 50 encontra-se em doses superiores às testadas. Em cobaias, a DL 50 ficou acima da dose de 5 g/kg testada. Em casos de administração intraperitoneal, a DL 50 ultrapassa a dose de 1 g/kg (CHINNA, 1983). Esse mesmo autor relata casos de estudos de toxicidade subaguda de tres semanas de duração usando-se ratas Wistar, com administração diária de uma suspensão de 40% do extrato seco. Não se verificou nenhuma anormalidade nos exames laboratoriais e histológicos. O mesmo se verificou com teste de toxicidade crônica, com ratas tratadas por 100 dias com 1 ml/100 g de uma suspensão a 20% do extrato seco. Esse mesmo tratamento foi aplicado a cães Beagle por 90 dias com 15 mg/kg de extrato de ginseng por via oral, sem que se tenha encontrado nenhuma alteração nos parâmetros avaliados (HESS et al., 1983). HESS e colaboradores (1982) relatam, também, os testes de toxicidade e teratológicos, a que foram submetidas ratas e coelhas, recebendo 40 e 20 mg/kg de extrato de ginseng respectivamente, por via oral. Não se observou nenhum efeito teratogênico nos fetos, nem nas 1ª e 2ª gerações desses animais. Estudos toxicológicos pré-clínicos similares aos relatados acima são citados por WISEJEKERA (1991), sejam os agudo ou subagudo, o subcrônico com galinhas, com cães Beagle, e também estudos de longo prazo com camundongos, ratos, cães e cobaias. Desses todos, verificou-se apenas diminuição do peso corporal em ratos (diminuição da ingesta de 2-18% da dieta), aumento da relação peso do fígado/peso corporal, uma diminuiçào da relação albumina/globulina e um aumento nos níveis sorológicos da uréia. A administração da infusão de Panax ginseng (25 g/750 ml) em camundongos mostrou que não havia diferença na mortalidade, ganho de peso, consumo de líqueidos ou nos resultados das avaliações anátomo-patológicas em cérebros, rins e fígado entre os grupos ginseng e controle, mostrando ausência de toxicidade da planta (LEWIS et al., 1983). 8.2 - Toxicologia clínica
A toxicidade do Ginseng foi bastante discutida no trabalho de BALDWIN et al. (1986). A maioria dos estudos citados nesta revisão, utilizou o extrato padronizado (G115) e destacou-se pela ausência de efeitos adversos documentados ou interações medicamentosas. Um estudo conduzido com ginsenosídeo simples foi o de CHANG et al (1978 citado por OWEN, 1994), onde utilizou uma dose de 230 mg por dia, o qual foi administrado a 60 pacientes em fase pós-operatória, pelo período de 3 semanas após a cirurgia. Houve um aumento significativo de hemoglobina, hematócrito, proteína sérica total e peso corporal nos grupos tratados quando comparados ao placebo. Parece portanto, haver ampla evidência clínica e experimental do perfil revigorante do Ginseng. Verifica-se que foram produzidas melhoras em indivíduos
sadios, contudo, é naaqueles pacientes cujos parâmetros estão bem abaixo do normal que
as promessas de Ginseng se destacam.
9. ESTUDOS FARMACOLÓGICOS E CLÍNICOS

9.1- Efeitos anti-fadiga e de melhora da performance física e mental.
Estudos desenvolvidos com os ginsenosídeos, (BREKHMAN & DARDIMOV, 1969), e com o extrato (SAITO et al., 1974) têm mostrado uma melhora na capacidade física de camundongos. KAKU ET AL (1975) mostraram que as saponinas do ginseng possuíam efeito anti-fadiga em camundongos após 7 dias de tratamento (via subcutânea). BREKHMAN et al. (1957) (citado em OWEN, 1981), estudando o efeito do ginseng em
100 soldados que fizeram uma corrida de 3 Km, observou que a metade do grupo que
recebeu placebo, levou entre 53 segundos a 45 minutos mais tempo para terminar a
corrida, dependendo se eles transportavam bastões ou não. Mais tarde, um trabalho
utilizando operadores de rádio, mostrou que os indivíduos que recebiam Ginseng,
cometeram menos erros do que os que tomaram apenas placebo, ainda que sem alteração
da velocidade de execução (OWEN, 1981). SCHMIDT et al. (1978) observaram, em um
estudo envolvendo 540 idosos, uma melhora no humor e na performance de dados
subjetivos (testes neurológicos, psiquiátricos e psicológicos) e objetivos (condição
coronária, testes bioquímicos (creatinina, hemoglobina, bilirrubina, SGOT, SGPT, etc),
peso, acuidade visual, etc.) em pacientes tratados com o extrato de Ginseng. Outros
trabalhos com ação antidepressiva também foram realizados (OWEN, 1981). Um estudo
do tipo cego, com “cross-over ”, mostrou que a administração de 100 mg do extrato
G115, previniu a redução da capacidade física de 43 atletas com idade entre 24 e 36 anos,
avaliados após esforço na bicicleta ergométrica (SCHEPDAEL, 1993). REVERS et al
(1976 citado por OWEN, 1994) em um estudo duplo-cego, determinou estatisticamente a
diminuição da vitalidade e seu aumento com a utilização do G115. Desse modo, pacientes
idosos, avaliados após 90 dias de administração, quando comparava-se o grupo tratado
com placebo, observava-se diminuição da rigidez, aumento do aletra, da concentração, da
produtividade, criatividade, melhora da coordenação motora e visual, etc. (SANDBERG,
1980citado em OWEN, 1994). OWEN (1994) revisou uma variedade de estudos clínicos
bem controlados que avaliaram o perfil revigorante ou de melhora da capacidade física e
mental, utilizando o extrato padronizado do Ginseng (G115), o qual possui ginsenosídeos
em proporção e concentraçào constantes.
FORGO (1983) e FORGO et al. (1981) (citados por OWEN, 1994) realizaram estudos bem controlados, duplo-cego, randomizado, contendo um grupo placebo, investigando o efeito de G115 (200 mg/dia, durante nove semanas) em 30 atletas do sexo masculino entre 18 e 31 anos, utilizando a bicicleta ergométrica. Após o extrato aumentou significativamente a captação máxima de oxigênio, o volume respiratório forçado por segundo, a capacidade vital forçada, bem como reduziu os índices cardíacos em exercício e os tempos de reação visual, persistindo tais efeitos por três semanas após o final dotratamento. Do mesmo modo, MURANO & LO RUSSO (1984) (citado por OWEN, 1994), utilizando 40 a 80 mg /dia de G115 em 65 esportistas, observaram uma melhora significativa nos parâmetros mentais e físicos de atletas amadores. Outro estudo mostrou uma melhora significativa de parâmetos físicos e subjetivos após a administração de 200 mg/dia de G115, a indivíduos com idade entre 20 e 80 anos por 2 meses, quando comparados ao grupo placebo (DÖRLING et al., 1980, citados por OWEN, 1994). TESCH et al. (1987), em um estudo duplo-cego, relataram que ocorria um aumento significativo na capacidade de trabalho (utilizando a bicicleta ergométrica) de 19 indivídusos com idade entre 50 e 54 anos , após 2 meses de administração de 80 mg/dia de G115, quando comparado ao grupo placebo, avaliados pela medida da concentração de lactato, frequência cardíaca e taxa de esforço. Com a administração de 80 mg/dia, por 10 semanas, observava-se melhora no sono de pacientes idosos (KERKHOF, 1989, citado por OWEN, 1994). MOR (1985 citado por OWEN, 1994), utilizando 80 mg/dia de G115 por 21 dias em 126 pacientes cancerosos, observou que houve uma melhora na fadiga, tolerância à dor, concentração metal, apetite, atividade física e disposição em 35-74% dos pacientes, confirmado também em estudo posterior, utilizando G115 por cinco semanas (MOR, 1988). 9.2- Aprendizagem e memória
MA & YU (1993) observaram que um ginsenosídeo conseguia reduzir o déficit de aprendizagem e memória de ratos com prejuízo de memória induzido por um antagonista serotoninérgico no modelo de esquiva ativa. D’ANGELO et al. (1986), em um estudo duplo-cego, investigaram o efeito da administração do extrato G115 (100 mg, duas vezes ao dia) durante 3 meses em 16 voluntários sadios do sexo masculino com idade entre 20 e 24 anos. Os resultados mostraram uma melhora nítida na atenção e no processamento (aritmética mental) dos indivíduos tratados com G115, quando comparados ao grupo controle (placebo); todavia, a função motora não era afetada. Estes resultados estão de acordo com dois estudos duplo-cego, realizados por FORGO et al. (1981) e por DORLING et al. (1980) em uma população menos homogênea e mais idosa. Embora se reconheça que uma melhora na performance psicomotora possa ser mais facilmente alcançada quando há um prejuízo na função cerebral, o efeito deo Ginseng no estudo de D’ANGELO et al (1986) mostra uma melhora marcante nos voluntários jovens. A administração de 40 mg de G115 por dia em 310 pacientes com idade média de 71,8 anos, durante seis meses, mostraram uma melhora dos parâmetros psicofísicos, tais como: memória, agilidade, fadiga, depressão, apetite, etc. (LILLO et al., 1987 citado por OWEN, 1994). KAKU et al (1975), mostrou efeito de saponinas, as quais induziam bradicardia e hipotensão seguida de ligeira hipertensão em rato anestesiado. Os ginsenosídeos tiveram uma ação vasodilatadora em cães (OWEN, 1981). SCHIMIDT et al. (1978) mostraram que se poderia reduzir a Pressào Sistólica de indivúos com a utilização de Ginseng (OWEN, 1981). Em um estudo, utilizando 134 pacientes, com idade média de 57 anos, portadores de insuficiência cerebro-vascular foram tratados com extrato de Ginseng 500 mg duas vezes ao dia por 90 dias. Os resultados mostrm que após exames clínicos, hematológicos, radiológicos, observou-se melhora em cerca de 90% dos pacientes tratados com ginseng. Utilizou-se um grupo placebo com 20 indivíduos (QUIROGA & IMBRIANO, 1979). Um outro estudo duplo-cego, comparando 1, 5 mg de Hydergine (codergocrina, um vasodilatador) e o G115 (220 mg/dia/3meses), foi observada uma melhora de 58% e 34%, respectivamente (Quiroga, 1982, citado em OWEN, 1994). Após tratamento de 98 pacientes com 40-80 mg de G115 ou placebo por quatro semanas, Ragusin et al (1980) observaram uma melhora significativa ao se aplicar uma bateria de testes que media tensão, depressão, sono, memória fraca, apetite, fadiga muscular e capacidade de trabalho. 9.3- Anti-stress
A administração de 2,5 mg/kg de ginsenosídeos foi capaz de inibir a alteração de peso nas adrenais, timo, baço e tireóide em camundongos quando comparou-se ao controle (BREKHMAN & DARDYMOV, 1969). Num trabalho de revisão, WAGNER et al. (1994) citam que a eficácia de ginseng em reduzir o estresse tem sido demonstrado em vários experimentos animais com uma variedade de estressores. KIM et al (1970) mostraram que o Ginseng modificou a resposta ao estresse de um ambiente quente ou ao ACTH (OWEN, 1981). POPOV (1974) descreveu efeitos benéficos do Ginseng em pacientes expostos ao estresse da vida moderna, típico de países industrializados, conseguindo uma revitalização destes pacientes (citado em BARANOV, 1982). 9.4- Atividade imunomoduladora
Conforme mostra a literatura, o panaxitriol possui atividade antitumoral contra vários tumores celulares (MATSUNAGA et al., 1989 citado em OWEN, 1981), sendo ativo em camundongos com melanoma B16 (KATANO et al., 1990). O ginseng pode estimular a síntese de DNA< RNA, proteínas e lipídios na medula de ratos (YAMAMOTO et al., 1977; YAMAMOTO et al., 1978). Aos extratos de Ginseng atribuiu-se atividades imuno-estimulates (LIU et al. 1992; CHONG et al., 1984). Além disso, SCAGLIONE et al (1990) mostraram que mesmo em voluntários sudáveis pôde-se melhorar signifificativamente vários aspectos da função imunológica, tais como, índice fagocitário, ativividade de linfócitos e quocientes T4/T8. 9.5- Sistema reprodutivo
Resultados de experimentos utilizando ratos machos mostraram uma melhora da performance sexuall após serem tratados com extrtato de ginseng (KIM et al., 1976; TRAN, 1990), além de estimular a espermatogênese em ratos (YAMAMOTO et al., 1977, citado em OWEN, 1981). O ginseng pode aumentar a produção de esperma no homem e foi considerado útil no tratamento da impotência (SHIDA et al., 1971; KUZMINSK, 1951, citado em OWEN, 1994). 9.6-Ações diversas
Em um estudo utilizando ratos, observou-se um efeito ansiolítico do Ginseng, que era comparável ao do Diazepam (BHATTACHARA & MIRRA, 1991); há relatos de inibição da atividade plaquetária por alguns ginsenosíeos ((KUO et al., 1990, citado por OWEN, 1994). Ação anti-úlcera também tem sido atribuída às folhas do ginseng (SUN et al., 1992). Em recentes estudos sobre os efeitos do Ginseng, atribu-se o perfil revigorante do Ginseng à crença de que as saponinas triterpenoidais preparam o hipotálamo para produzir ACTH ou substância do mesmo tipo (FULDER, 1980 citado por OWEN, 1994). PETKOV et al. (1993) estudaram os efeitos do G115 em ratos idosos sobre as aminas biogênicas, prolactina, hormônio de crescimento e observaram que os resultados eram favoráveis. NI et al (1993) relataram efeitos benéficos do extrato de Ginseng sobre a memória espacial de ratos, avaliados no labirinto em T. Os autores mencionam ainda que o ginseng influencia a função colinérgica central, já que melhorou o déficit de memória induzido por escopolamina, um antagonista colinérgico. 10- CONTRA-INDICAÇÕES :
O uso do ginseng têm sido contra-indicado em qualquer caso de patologias agudas, qualquer forma de hemorragia e durante o período agudo da trombose coronariana (BALDWIN et al., 1986). 12- EFEITOS COLATERAIS
LILLO et al (1987) verificaram o aparecimento de distúrbios digestivos. SIEGEL (1979) relatou a síndrome do abuso de ginseng, a qual compreende hipertensão, nervosismo, insônia, erupção cutânea e diarréia matinal. Utilizando 133 usuários de Ginseng por 02 anos, ele observou que a existência dos seguintes efeitos colaterais: diarréia matinal (47 indivíduos); erupções cutâneas (33); insônia (26); nervosismo (25); hipertensão (22); edema (14); diminuição do apetite (7); despersonalização e confusão mental (6, aparecendo com doses altas - 15,0 g); amenorréia (4). Além disso, relatou-se na literatura 6 casos de mastalgia (PALMER, citado em OWEN, 1981). WISEJEKERA (1991) relata que o ginseng tem efeitos adversos relatados no ser humano em casos de abuso, promovendo excitação, irritabilidade, inquietação, frequentemente destruição da personalidade e confusão mental. DELLA LOGGIA (1993) refere a ocorrência de insônia, nervosismo, diarréia sobretudo matinal, metrorragia durante a menopausa e hipertonia. KOREN (citado por OWEN, 1994) relatou um caso de androgenização neonatal; essa mesma ocorrência está citada no Brasil no Boletim CEBRID, onde se comenta de uma gestante que ingeriu ginseng durante toda a gestação, relatando contrações uterinas no final da gestação, crescimento de pêlos na face e púbis; a criança do sexo masculino foi alimentado no peito e às duas semanas de idade apresentava pêlos grossos e pretos na região púbica e na fronte, e os mamilos estavam inchados e avermelhados, sinais que desapareceram oito semanas após a descontinuidade de uso da droga (BOLETIM CEBRID, 1991). 13- SUPERDOSAGEM
Ginseng em dose excessiva pode causar dor cardíaca, diminuição da potência sexual, vômito, diátese hemorrágica, cefaléia e epistaxe (BARANOV, 1982).
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