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CONSELHO DE SAÚDE SUPLEMENTAR CONSULTA PÚBLICA Nº 20, DE 23 DE ABRIL DE 2010.
O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições,
Considerando a importância do papel que desempenham os Protocolos Clínicos e Diretrizes
Terapêuticas (PCDT) para a melhoria da qualidade da atenção à saúde, para a prescrição segura e
eficaz, para a atualização e democratização do conhecimento, para a melhoria da qualidade da
informação prestada aos doentes e para a melhoria dos processos gerenciais dos programas
Considerando a necessidade de se estabelecer critérios de diagnóstico e tratamento de
enfermidades, e, observando ética e tecnicamente a prescrição médica, promover o uso racional dos
medicamentos para o tratamento de doenças por meio de regulamentação de indicações e esquemas
Considerando que os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas são resultado de consenso
técnico-científico e são formulados dentro de rigorosos parâmetros de qualidade, precisão de indicação
Considerando a necessidade de estabelecer mecanismos de acompanhamento de uso e de
avaliação de resultados, garantindo assim a prescrição segura e eficaz;
Considerando a necessidade de se promover ampla discussão desses Protocolos Clínicos e
Diretrizes Terapêuticas, possibilitando a participação efetiva, na sua formulação, da comunidade
técnico-científica, associações médicas, profissionais da saúde, associações de pacientes, usuários e
gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) e da população em geral;
Considerando a necessidade de estabelecer o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas –
Considerando a Portaria SAS/MS nº 375, de 10 de novembro de 2009, que aprova o roteiro a
ser utilizado na elaboração de PCDT, no âmbito da Secretaria de Atenção à Saúde – SAS, resolve:
Art. 1º - Submeter à Consulta Pública o PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS –
ANEMIA APLÁSTICA ADQUIRIDA, constante do Anexo deste Ato e o Termo de Esclarecimento e
Parágrafo único. O Protocolo Clínico e o Termo de Esclarecimento e Responsabilidade, de que
trata este Artigo, encontram-se disponíveis, também, no sítio:gislação.
Art. 2º - Estabelecer o prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da publicação desta Consulta
Pública, para que sejam apresentadas sugestões, devidamente fundamentadas, relativas ao Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêuticas de que trata o Artigo 1º desta Consulta Pública.
§ 1º - As sugestões devem ser encaminhadas, exclusivamente, para o seguinte endereço
eletrônico: pecificando o número da Consulta Pública e o nome
§ 2º - As sugestões enviadas deverão, obrigatoriamente, estar fundamentadas em:
I. Estudos Clínicos de fase III - realizados no Brasil ou exterior; e
II. Meta-análises de Ensaios Clínicos.
Art. 3º - Determinar que o Departamento de Atenção Especializada – Secretaria de Atenção à
Saúde coordene a avaliação das proposições apresentadas, elaborando a versão final consolidada do
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas ora submetido à Consulta Pública, para que, findo o prazo
estabelecido no Artigo 2º deste Ato, seja aprovado e publicado, passando a vigorar em todo o
Parágrafo único. O novo Protocolo passará a vigorar em todo o território nacional após a devida
aprovação e publicação por meio de Portaria específica.
Art. 4º - Esta Consulta Pública entra em vigor na data de sua publicação.
PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS
Foram utilizadas as bases de dados Medline/Pubmed, Scielo, Cochrane e livros-texto de
Medicina para incluir informações sobre incidência e etiologia da doença, além de artigos não
BUSCA NA BASE DE DADOS MEDLINE/PUBMED (acesso em 23/11/2009):
Foram utilizados os termos "Anemia, Aplastic"[Mesh] AND "Therapeutics"[Mesh] usando como
filtros “Clinical Trial”, “Meta-Analysis”, “Randomized Controlled Trial” restringindo os artigos para
língua inglesa e humanos e foram encontrados 194 artigos.
BUSCA NA BASE DE DADOS SCIELO (acesso em 23/11/2009):
Utilizando-se os termos ‘aplastic anemia`, sem filtros, obtiveram-se 45 artigos. Usando-se os
termos ‘aplastic anemia treatment’, obteve-se 20 artigos.
BUSCA NA BASE de dados THE COCHRANE LIBRARY (acesso em 23/11/2009):
Utilizando-se os termos ‘aplastic anemia`, sem filtros, obtiveram-se 2 artigos.
Foi utilizado o livro UpToDate, disponível em ersão 17.3 e
Todos os artigos foram revisados e aqueles abordando o tratamento com transplante de células-
tronco hematopoiéticas, como comparações entre regimes de condicionamento e demais complicações
A anemia aplástica (AA) ou aplasia de medula óssea é uma doença rara caracterizada por
pancitopenia moderada a grave no sangue periférico e hipocelularidade acentuada na medula óssea,
sendo a mais freqüente das síndromes de falência medular. Entretanto, seu diagnóstico não é fácil e
deve ser de exclusão, tendo em vista que várias outras causas de pancitopenia podem apresentar
quadro clínico semelhante à aplasia. É uma doença desencadeada por causas congênitas ou adquiridas
e dentre essas últimas estão o uso de medicamentos, infecções ativas, neoplasias hematológicas,
invasão medular por neoplasias não hematológicas, doenças sistêmicas (como as colagenoses),
exposição à radiação e a agentes químicos, dentre outras.(1-7)
Postula-se que a AA ocorra devido a uma agressão à célula tronco hematopoiética pluripotente,
acarretando sua diminuição em número ou até sua ausência na medula óssea. É uma doença que
pode se manifestar de diferentes formas e intensidades, desde falência medular fulminante até uma
apresentação indolente, com manejo de observação clínica e suporte transfusional individualizado.(1-
5) Estima-se que a incidência da AA adquirida seja de 2 a 4 pessoas por 1.000.000 ao ano, com dois
picos de incidência: o primeiro entre os 10 a 25 anos e o segundo nos maiores de 60 anos, sem
diferenças entre os sexos.6-10 Há relatos que populações de origem asiática têm maior incidência da
doença.(4-5) Na AA por causas congênitas, o pico de incidência parece ser entre 2 a 5 anos de idade.6
A apresentação da aplasia geralmente ocorre em decorrência de quadros infecciosos recorrentes, por
vezes graves, pela neutropenia, sangramentos cutaneomucosos secundários à trombocitopenia e
A grande maioria dos casos de AA é adquirida, com uma pequena proporção de pacientes
apresentando a forma congênita da doença, como a disceratose congênita, a anemia de Fanconi, a
constitucionais.1,2,3,6 Estas formas constitucionais de AA são tratadas com medidas de suporte ou
transplante alogênico de medula óssea, não sendo, portanto, objeto deste protocolo. Entretanto
quando a aplasia aparece como uma manifestação idiossincrática, a utilização de imunossoupressores
3. CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA INTERNACIONAL DE DOENÇAS E PROBLEMAS RELACIONADOS À
D61.1 - Anemia aplástica induzida por drogas
D61.2 - Anemia aplástica devida a outros agentes externos
D61.8 - Outras anemias aplásticas especificadas
O diagnóstico da AA é realizado através da associação dos seguintes achados: pancitopenia no
sangue periférico (hemoglobina <10g/dL, plaquetas <50.000/mm3 e neutrófilos <1.500/mm3), baixa
contagem de reticulócitos (abaixo do limite considerado normal pelo método) e medula óssea
hipocelular em biópsia, com diminuição de todos os elementos hematopoiéticos e seus precursores, na
ausência de células estranhas à medula óssea, fibrose ou hematofagocitose (4).
O diagnóstico diferencial entre as síndromes que cursam com pancitopenia como a síndrome
mielodisplásica hipocelular, a hemoglobinúria paroxística noturna com medula óssea hipocelular (HPN)
e leucemias agudas hipoplásicas é difícil. Os pacientes com AA têm mais probabilidade de
desenvolverem mielodisplasias e doenças neoplásicas hematológicas do que a população em geral. A
análise citogenética e imunofenotípica complementar podem auxiliar na diferenciação diagnóstica,
porém isoladamente não devem ser utilizadas como ferramenta diagnóstica.(4-6) Cabe lembrar que
diversas outras doenças não hematológicas podem simular um quadro de aplasia, como infecções
virais e bacterianas (ex. hepatites, micobactérias), déficits vitamínicos (ex. vitamina B12 e ácido
fólico), doenças reumatológicas (ex. lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide) e neoplasias
A Anemia Aplástica pode ser classificada em moderada e grave; conforme os critérios a seguir:
a) Moderada – medula óssea com menos de 30% de celularidade, ausência de pancitopenia
grave e presença de pelo menos citopenia em duas séries (hemoglobina <10g/dL, plaquetas
<50.000/mm3 ou neutrófilos <1.500/mm3);
b) Grave – medula óssea com menos de 25% de celularidade, ou com menos de 50% de
celularidade e em que menos de 30% das células são precursores hematopoiéticos, e presença
de dois dos três seguintes critérios: contagens de reticulócitos menor do que 20.000/mm3,
neutrometria menor do que 500/mm3 e plaquetometria menor do que 20.000/mm3.
A classificação da gravidade da doença auxilia na indicação do tratamento mais adequado a ser
instituído.4,5 Alguns desses parâmetros laboratoriais têm sido estudados recentemente como
possíveis preditores de resposta e sobrevida em pacientes com AA grave. Pelo menos 2 estudos
tentaram identificar esses fatores e uma contagem absoluta de linfócitos >1.000/mm3, de neutrófilos
>300/mm3 e de reticulócitos >25.000/mm3, além da idade < 18 anos parecem estratificar os
pacientes com maiores chances de resposta à terapia imunossupressora e maior sobrevida em 5
Serão incluídos neste protocolo aqueles pacientes que apresentarem todos os critérios abaixo,
na ausência de doenças primárias possivelmente causadoras do quadro descritas acima:
- pancitopenia no sangue periférico (hemoglobina <10g/dL, plaquetas <50.000/mm3 e
- contagem reduzida de reticulócitos (<20.000/mm3);
- medula óssea hipocelular, com diminuição de todos os elementos hematopoéticos e seus
precursores, na ausência de células estranhas à medula óssea, fibrose ou hematofagocitose.
- necessidade de suporte transfusional ou quadro de neutropenia febril.
Casos de pancitopenia que sucedam quadros de infecção, como a AA grave após hepatite viral
de etiologia não identificada, podem ser incluídos.
Serão excluídos os pacientes com qualquer uma das seguintes situações:
- pancitopenia secundária a outras doenças, como doenças reumatológicas em atividade (lúpus
eritematoso sistêmico, artrite reumatóide) e infecções virais ativas (HIV, VHB, VHC);
- uso de medicamentos sabidamente mielotóxicos (ex. metotrexato, cloroquina, entre outros)
- invasão medular por células estranhas à medula óssea, como metástases de tumores sólidos;
- neoplasias hematológicas identificadas por imunofenotipagem da medula óssea;
- hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) identificada por imunofenotipagem da medula
- síndrome mielodisplásica diagnosticada através de biópsia de medula óssea, medulograma e
É importante identificar possíveis agentes desencadeadores do quadro de aplasia, como uso de
medicamentos ou agentes químicos/físicos. Quando presentes devem ser retirados do contato com o
O tratamento da AA varia de acordo com a gravidade da doença e a idade do paciente. (1-6)
Nos casos moderados está indicado somente tratamento de suporte, com transfusões de concentrado
de hemácias e plaquetas conforme indicações clínicas, e tratamento com antibióticos em casos de
infecção. Em casos de necessidade transfusional significativa ou uso freqüente de antibióticos, pode-se
considerar o uso de terapia imunossupressora combinada. Já nos casos classificados como graves e
muito graves, indica-se o transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênico ou terapia
A transfusão profilática de plaquetas está indicada quando a contagem plaquetária for menor do
que 10.000/mm3 ou menor do que 20.000/mm3 em casos de sangramento ativo ou febre; a
transfusão de concentrado de hemácias deverá ser baseada nos sintomas anêmicos. Ambos os
componentes devem ser filtrados antes das transfusões. Componentes irradiados devem ser
preferencialmente utilizados naqueles pacientes com possibilidades de serem submetidos à TCTH
Não há evidência de benefício com o uso desses fatores ou de alfaepoetina como tratamento de
rotina para todos os pacientes.(15,16) Nos casos de sepse grave e choque séptico, pode ser
considerada a utilização de fatores estimuladores de colônias de granulócitos ou granulócitos-
macrófagos (G-CSF ou GM-CSF), conforme o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Anemia
aplástica, Mielodisplasia e Neutropenias constitucionais - Uso de fatores estimulantes de crescimento
TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS – TCTH
O TCTH alogênico aparentado é a primeira linha de tratamento em pacientes com idade até 40
anos, com doador HLA idêntico na família, uma vez que a literatura mostra ótimos resultados com
sobrevida global estimada em 75%-90%(17-22). Em pacientes entre 40 e 60 anos de idade, pode-se
imunossupressora combinada de primeira linha. Já o TCTH alogênico não aparentado é reservado
àqueles pacientes sem doador aparentado compatível e que já tenham sido tratados com terapia
imunossupressora, porém sem resposta satisfatória.(20-21) Nestes casos, pacientes de até 55 anos
poderão ser submetidos ao TCTH se apresentarem boa capacidade funcional.(23-25) Segundo o
Regulamento Técnico para Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas, do Ministério da Saude
(Portaria GM/MS nº 2.600, de 21 de outubro de 2009), podem ser submetidos a TCTH alogênico
aparentado mieloablativo os doentes de aplasia medular constitucional ou adquirida com idade de até
65 anos e submetidos a TCTH alogênico não aparentado mieloablativo os doentes de aplasia medular
constitucional ou adquirida com até 60 anos de idade.
O tratamento medicamentoso da AA é realizado com terapia imunossupressora combinada.
Pacientes sem doador familiar HLA compatível são candidatos a terapia imunossupressora agressiva.
Na contra-indicação ao uso de terapia mais agressiva, pode-se usar terapia combinada menos
Os medicamentos atualmente utilizados no tratamento imunossupressor da AA são a
combinação entre a ciclosporina (CSA) e a imunoglobulina antitimócito (GAT). A combinação de GAT +
CSA atinge taxas de resposta de 60%-80%, com sobrevida estimada em 5 anos de 75% a 85%.(30-
35) Quando utilizadas separadamente, apresentam taxas menores de complicações do tratamento,
porém também menores taxas de resposta e maior necessidade de retratamento.(32,34) Estudos
recentes comprovaram que a associação de GAT e CSA é o tratamento padrão para os pacientes com
AA grave, crianças ou adultos, não candidatos a TCTH alogênico, mostrando superioridade em termos
A GAT é um potente imunossupressor, capaz de desencadear uma imunossupressão intensa em
pacientes já neutropênicos graves. Sua utilização requer atendimento hospitalar e monitorização
intensiva, uma vez que, dentre as complicações possíveis, estão anafilaxia, febre e infecções graves.
Durante sua administração deve ser oferecido ao paciente um suporte transfusional intensivo com
Disponibilizavam-se no mercado duas apresentações de GAT – aquela derivada de cavalos
(linfoglobulina) e a derivada de coelhos (timoglobulina). A indisponibilidade da GAT derivada de
cavalo levou à utilização a GAT derivada de coelho. Esta última, até então, não era considerada
primeira linha de tratamento, uma vez que inexistiam ensaios clínicos feitos com esta apresentação
sendo utilizada como primeira linha.(33) Entretanto, devido à indisponibilidade no mercado,
atualmente a GAT derivada de coelho é a utilizada como terapia inicial dos pacientes com AA grave e
muito graves não candidatos a TCTH alogênico aparentado. Cabe salientar que os dados disponíveis
até o momento avaliaram a resposta do retratamento para GAT de cavalo; entretanto, a literatura
mundial aceita que as respostas entre as duas apresentações de GAT sejam semelhantes. (4-5)
A ciclosporina deve ser iniciada no primeiro dia de administração da GAT. Pelo risco aumentado
de recidiva da doença quando o tratamento é suspenso de forma abrupta, recomenda-se que a dose
de ciclosporina seja reduzida progressivamente após um ano de tratamento em dose plena.(36)
Após um primeiro tratamento com GAT e ciclosporina, uma segunda dose de GAT pode ser
utilizada, caso não tenha havido resposta adequada ao primeiro tratamento ou caso a doença recaia.
Recomenda-se, entretanto, que seja aguardado um período de até 4 meses para que se repita a
administração da GAT, uma vez que este é o tempo descrito na literatura para que se dê a ação do
medicamento. Há relatos de resposta de até 30%-60% com a segunda aplicação de GAT.(37,38)
Pode-se optar por uma terceira dose, caso tenha ocorrido alguma resposta às doses anteriores. Caso
contrário, a probabilidade de resposta é considerada muito pequena, não justificando os riscos da
A prednisona pode ser utilizada combinada com a ciclosporina naqueles pacientes mais idosos e
nos quais se julgue que não tenham capacidade funcional para tolerar um tratamento com GAT. A
retirada da prednisona, assim como a da ciclosporina, deverá ser gradual, para evitar recidivas.(29)
O acréscimo de outros agentes imunossupressores (sirolimo, micofenolato de mofetila e
ciclofosfamida) a esse esquema terapêutico não mostrou benefício, nem termos de resposta nem em
Os trabalhos disponíveis acerca do uso dos fatores estimuladores de colônias (G-CSF e GM-CSF
e eritropoetina humana recombinante) em associação à terapia imunossupressora associada também
não foram capazes de mostrar superioridade em termos de taxas de resposta, diminuição do índice de
infecções ou redução de mortalidade, não sendo, portanto, recomendado sua utilização rotineira
associada ao tratamento imunossupressor da AA. (43-45)
A resposta ao tratamento da AA pode levar até 16 semanas para acontecer, não significando
falha terapêutica.(1-5) Nesse período, é freqüente que os pacientes mantenham sua necessidade
transfusional e o grau de neutropenia. Não é recomendado retratamento antes de 4 meses. O
retratamento com GAT parece ter mais benefício em pacientes previamente respondedores(37-40).
Para pacientes com idade de até 55-60 anos que não tenham apresentado resposta a um primeiro
tratamento com GAT, a utilização de TCTH alogênico aparentado (para pacientes acima de 40 anos)
ou não-aparentado (pacientes de até 55 anos sem doador familiar) pode ser considerado. Após o
término do tratamento podem ocorrer recaídas da doença em até 30% dos casos.38 Nessa
circunstância, a retirada gradual da ciclosporina pode reduzir o índice de recidiva para até 10%.17
- Imunoglobulina antitimócito: frascos de 25mg
- Ciclosporina: cápsulas de 10, 25, 50 e 100mg e solução oral de 100mg/ml 50ml.
- IMUNOGLOBULINA ANTITIMÓCITO (GAT): administrar via cateter venoso central, em um
esquema de 5 dias, sendo infundida em 12 horas no primeiro dia e em 6-12 horas nos dias
subsequentes (dependendo da tolerância do paciente ao medicamento). A dose comumente
recomendada de GAT de coelho é 2,5mg/Kg/dia.
- CICLOSPORINA: administrar no primeiro dia de uso da GAT na dose de 5-6mg/Kg/dia, por via
oral, com ajuste da dose de acordo com o nível sérico.
- PREDNISONA: iniciar com 2mg/Kg/dia, por via oral, reduzindo-se para 1mg/Kg/dia a partir da
terceira semana de tratamento conforme a resposta terapêutica.
7.3. TEMPO DE TRATAMENTO – CRITÉRIOS DE INTERRUPÇÃO
Não há tempo definido de tratamento da AA. Recomenda-se aguardar de 3 a 4 meses entre um
curso e outro de GAT e pelo menos 2 meses para avaliação da reposta ao tratamento com ciclosporina
Recuperação das contagens celulares, tornando os pacientes independentes de transfusões
sanguíneas (e de complicações transfusionais) e, em alguns casos, mesmo curados da doença.(1-5,
A definição de resposta ao tratamento deve ser realizada com, pelo menos, 2 hemogramas com
plaquetas, com 4 semanas de intervalo e pode ser classificada em:
- Resposta a doença grave e muito grave:
a) nenhuma: quando não há mudança do quadro hematológico inicial, o paciente persiste
b) parcial: suspensão da necessidade transfusional do paciente e este não apresenta mais
c) completa: quando o paciente apresenta níveis de hemoglobina considerados normais para a
sua faixa etária, neutrófilos >1.500mm3 e plaquetas >150.000mm3.
- nenhuma: quando não há mudança do quadro hematológico inicial
- parcial: quando ocorre suspensão da necessidade transfusional do paciente, duplicação das
contagens iniciais ou normalização de, pelo menos, uma linhagem celular, ou aumento na
hemoglobina em mais de 3,0g/dl se inicialmente <6g/dl ou nos neutrófilos > de 500/mm3 se
inicialmente <500/mm3 e plaquetas >20.000/mm3 se inicialmente menores que estes valores;
- completa: quando o paciente apresenta níveis de hemoglobina considerados normais para a
sua faixa etária, neutrófilos >1.500/mm3 e plaquetas >150.000/mm3.
Recomenda-se que, na primeira dose, a infusão seja feita de maneira muito lenta, pelo risco
aumentado de anafilaxia. Pela incidência de reações à administração da GAT, diversos estudos
preconizam a pré-medicação com paracetamol e anti-histamínicos. No caso de anafilaxia o
medicamento deve ser suspenso e o paciente imediatamente tratado. No caso de outras reações, o
medicamento é suspenso, a pré-medicação pode ser novamente administrada e a infusão recomeçada
em velocidade menor. Em casos de febre, mesmo que secundária a administração da GAT, tendo em
vista a neutropenia grave dos pacientes, é recomendado o uso de antibióticos de amplo espectro.
No intuito de prevenir a doença do soro, uma complicação comum do uso de GAT,
metilprednisolona deve ser administrada 30 minutos antes do início da infusão da GAT na dose de 1 a
2mg/Kg/dia, com redução de dose de 50% de dose anterior a cada 5 dias no intuito de prevenir a
doença do soro, complicação comum do uso de imunoglobulina antitimócito. Após o final do
tratamento com GAT, a metilprednisolona pode ser mudada para prednisona oral, mantendo-se a
equivalência de dose. A doença do soro ocorre mais comumente entre o sétimo e décimo quarto dias
após o início do tratamento e manifesta-se com artralgias, mialgias, rash cutâneo, febre e proteinúria
leve. Caso isso ocorra, seu tratamento deve ser instituído com hidrocortisona 100mg 6/6h
intravenoso. Nessa situação, o suporte transfusional com plaquetas deve ser mantido.(4,5)
A dose de CSA deve ser ajustada para que se atinja um nível sérico residual (1 hora antes da
próxima dose) de 100 a 200mcg/L em adultos e 100 a 150mcg/L em crianças.(4,5) Durante o
tratamento, provas de função renal, eletrólitos (potássio e magnésio) e enzimas hepáticas devem ser
Durante o tratamento com prednisona, devem ser monitorados a glicemia de jejum, potássio,
colesterol total, triglicerídeos, densitometria óssea e aferição da pressão arterial antes do início do
tratamento. É indicada a reavaliação anual do perfil lipídico e densitometria semestral, no período de
9. REGULAÇÃO/CONTROLE/AVALIAÇÃO PELO GESTOR
Os pacientes com diagnóstico de AA devem ser acompanhados em serviço de Hematologia e ter
suporte hemoterápico indefinidamente, pelo risco de apresentarem doença hematológica clonal,
Há de se observar os critérios de inclusão e exclusão de doentes neste Protocolo, a duração e a
monitorização do tratamento, bem como para a verificação periódica das doses de medicamento(s)
prescritas e dispensadas e da adequação de uso. e do acompanhamento pós-tratamento.
10. TERMO DE RESPONSABILIDADE E ESCLARECIMENTO - TER
É obrigatória a cientificação do paciente ou de seu responsável legal dos potenciais riscos,
benefícios e efeitos colaterais ao uso de medicamento preconizado neste Protocolo. O TER é
obrigatório ao se prescrever medicamento do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.
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2 Aplastic Anemia. In: Hematology: Basic Principles and Practice, 14ed. Elsevier, 2005.
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TERMO DE ESCLARECIMENTO E RESPONSABILIDADE
Eu,______________________________________________ (nome do(a) paciente), declaro ter
sido informado(a) claramente sobre os benefícios, riscos, contra-indicações e principais efeitos
adversos relacionados ao uso do medicamento CICLOSPORINA, indicado para o tratamento da ANEMIA
Os termos médicos foram explicados e todas as minhas dúvidas foram resolvidas pelo
médico__________________________________________________
Fui claramente informado(a) de que o medicamento que passo a receber pode trazer as
- Recuperação das contagens celulares, tornando os pacientes independentes de transfusões e
Fui também claramente informado a respeito das seguintes CONTRA-INDICAÇÕES, POTENCIAIS
- não se sabe ao certo os riscos do uso da ciclosporina na gravidez, portanto, caso engravide,
devo avisar imediatamente ao meu médico;
- os efeitos adversos mais comumente relatados para o medicamentos são: problemas nos rins
e fígado, tremores, aumento da quantidade de pêlos no corpo, pressão alta, aumento do crescimento
da gengiva, aumento do colesterol e triglicerídeos, formigamentos, dor no peito, batimentos rápidos
do coração, convulsões, confusão, ansiedade, depressão, fraqueza, dores de cabeça, unhas e cabelos
quebradiços, coceira, espinhas, náuseas, vômitos, perda de apetite, soluços, inflamação na boca,
dificuldade para engolir, sangramentos, inflamação do pâncreas, prisão de ventre, desconforto
abdominal, diminuição das células brancas do sangue, linfoma, calorões, aumento da quantidade de
cálcio, magnésio e ácido úrico no sangue, toxicidade para os músculos, problemas respiratórios,
sensibilidade aumentada à temperatura e aumento das mamas;
- medicamento está contra-indicado em casos de hipersensibilidade (alergia) ao fármaco;
- o risco da ocorrência de efeitos adversos aumenta com a superdosagem.
Estou ciente de que este medicamento somente pode ser utilizado por mim, comprometendo-
me a devolvê-lo caso não queira ou não possa utilizá-lo ou se o tratamento for interrompido. Sei
também que continuarei ser atendido, inclusive em caso de eu desistir de usar o medicamento.
Autorizo o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde a fazer uso de informações relativas
ao meu tratamento, desde que assegurado o anonimato.
OBSERVAÇÃO: Este Termo é obrigatório ao se
Farmacêutica (CEAF) e deverá ser preenchido em
duas vias, ficando uma arquivada na farmácia e a
outra entregue ao usuário ou seu responsável legal.
Assinatura do paciente ou do responsável legal
Cutting Edge: Our weekly analysis of marketing news 2 February 2011 Welcome to The Chartered Institute of Marketing’s weekly analysis of the most usefull marketing news for CIM and CAM members Quick links s to sections Global and Stardoll Network among girls aged between eight and 18, reveals that a quarter of 16 to Advertising Watch out - ASA has more powers mo
UNIVERSITY OF MUMBAI Revised Syllabus T.Y.B.Sc.(Chemistry) 3 Units and 6 Units (with effect from the academic year 2004-2005) EXAMINATION PATTERN -6 UNITS Each paper will be of 3 hours duration and of 100 marks. Each paper will have two sections of 50 marks each. PRACTICALS There will be one Practical Examination for 200 marks (Core component) to be held for 28 hours, pe